Quem somos
O PTC Campus é um portal de formação médica contínua, criado pela PTC Therapeutics e dirigido a profissionais de saúde, com informação e recursos de interesse sobre doenças raras.
 
Doenças raras ou menos frequentes são aquelas que apresentam uma baixa prevalência na população. Uma doença é considerada rara quando sua prevalência é inferior a 5 casos por 10.000 pessoas1. As doenças raras são, na sua maioria, genéticas e crónicas, e a diversidade dos seus sintomas frequentemente implica um atraso no diagnóstico, assim como diagnósticos incorretos.

Deficiência da descarboxilase
dos L-aminoácidos aromáticos (d-DAA)

A d-DAA é uma doença rara do sistema nervoso central causada por uma diminuição na enzima descarboxilase dos L-aminoácidos aromáticos como consequência de uma mutação no gene da dopa descarboxilase (DDC). Essa redução produz uma deficiência dos neurotransmissores dopamina, noradrenalina, adrenalina e serotonina. No cérebro, a d-DAA é responsável pela última etapa na síntese dos neurotransmissores dopamina (o precursor da noradrenalina e da adrenalina) e da serotonina (o precursor da melatonina).2-4

Os sintomas e a gravidade da deficiência da d-DAA variam dependendo do tipo de mutação genética subjacente que inibe a função da enzima DAA. O início da doença é precoce e os principais sintomas incluem hipotonia, distúrbios do movimento (crise oculogírica, distonia e hipocinesia), atraso no desenvolvimento e sinais disautonómicos.

As formas mais graves são causadas por mutações específicas no ADN. Nas formas mais graves, a deficiência de DAA causa importantes problemas no desenvolvimento, incapacidade de executar algumas tarefas de força e controlo motor (hipotonia/distonia muscular global) que causa problemas de respiração, alimentação e deglutição, hospitalizações frequentes e a necessidade de cuidados crónicos.2,5-6

Distrofia Muscular de Duchenne (DMD)

As distrofias musculares são caracterizadas por perda e fraqueza muscular progressiva e são causadas por uma mutação no ADN que resulta na ausência, ou em níveis muito baixos, da proteína distrofina. A distrofia muscular de Duchenne é o tipo mais comum e grave de distrofia muscular.7

A distrofia muscular de Duchenne ocorre quando uma mutação no gene da distrofina impede a célula de produzir distrofina funcional. A distrofina é uma proteína associada à membrana muscular e é crítica para a estabilidade estrutural e da membrana celular das fibras musculares no músculo esquelético, músculo cardíaco e diafragma. A ausência de distrofina funcional produz fragilidade muscular, de forma que durante a contração muscular ocorrem lesões musculares.

À medida que o dano muscular progride, o tecido conjuntivo e a gordura substituem as fibras musculares, causando fraqueza muscular progressiva.8

Referências:

1. Definição Orphanet: https://www.orpha.net/consor4.01/www/cgi-bin/Disease_Search_List.php?lng=ES. Acceso Julio 2020
2. Wassenberg T, Molero-Luis M, Jeltsch K, et al. Consensusguidelineforthe diagnosis and treatmentofaromatic l-amino aciddecarboxylase (AADC) deficiency. Orphanet J RareDis. 2017;12(1):12.
3. Brun L, Ngu LH, Keng WT, et al. Clinical and biochemicalfeaturesofaromaticL-amino aciddecarboxylasedeficiency. Neurology. 2010;75(1):64-71
4. Pons R, Ford B, Chiriboga CA, et al. Aromatic L-amino aciddecarboxylasedeficiency: clinicalfeatures, treatment, and prognosis. Neurology. 2004;62(7):1058-1065
6. Hwu WL, Chien YH, Lee NC, et al. Natural historyofaromatic L-amino aciddecarboxylasedeficiencyin Taiwan. JIMD Rep. 2018;40 1-6.
7. Nascimento A, Medina J, Camacho A, et al. Consenso para el diagnóstico, tratamiento yseguimiento del paciente con distrofia muscular deDuchenneNeurologia. 2019;34 469-81
8. Ervasti MJ. Dystrophin, itsinteractionswithotherproteins, and implicationsfor muscular dystrophy. BiochimBiophys Acta. 2007 Feb;1772(2):108-17